Em sintonia com o trabalho e anseios do Instituto Marista na defesa, promoção e proteção de crianças, adolescentes e jovens, a Coordenação de Solidariedade da Gerência Socioeducacional/Superintendência de Missão e Gestão lançou, em 2019, a Semana de Mobilização contra o Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, em parceria com o Comitê Nacional, por meio da Campanha “Faça Bonito”. O objetivo é aprofundarmos as reflexões/ações sobre a temática de combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes, nas unidades socioeducacionais, em consonância com o trabalho de efetivação dos direitos básicos desses sujeitos, como fatores de proteção e empoderamento infantojuvenil.
Para que essa semana pudesse gerar/atingir o objetivo, foram elaborados subsídios, em interface com as áreas de missão da província, que respondessem aos anseios das temáticas que envolvem a defesa dos direitos básicos das crianças e dos adolescentes, tendo em vista a reflexão central da semana que é o combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes.
Essa semana acrescentou muito no meu processo de aprendizagem, a partir do momento que nos tirou da zona de conforto e nos levou a debater sobre esse assunto que é tão pertinente: o abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes, nos trazendo essa responsabilidade de denunciar os casos que temos conhecimento e de encorajar as pessoas ao nosso redor que possam estar passando por esta situação.”
Millena Géssyca de Moraes
18 de maio, Escola Marista de Teresina.
O Mapa Social da PUCPR é uma ferramenta de pesquisa e monitoramento que surgiu em 2017, por meio de uma oportunidade com o Instituto Renault, que definiu pela realização de diagnóstico do seu entorno para reorientar investimentos sociais.
É um instrumento que permite identificar o nível de desenvolvimento de um território, orientar políticas públicas e investimentos sociais, bem como promover o desenvolvimento socioterritorial; integrar iniciativas do poder público, da comunidade, de empresas e da universidade; oportunizar Laboratórios de Inovação Social para acelerar ideias dos ODS e potencializar impactos sociais; fomentar e compor ecossistemas sociais e empreendedores; criar indicadores, monitorar ações e desenvolver ciclo de inovação social e tecnologias inovadoras.
Dentre os resultados, o Mapa Social se tornou uma ferramenta de planejamento público no município de São José dos Pinhais; possibilitou a ampliação de projetos no município de São José dos Pinhais e Curitiba, de iniciativa do Instituto Renault e criou ambiente positivo para novos investimentos privados em processo de captação.
Realizar uma pesquisa é sempre um desafio e também uma oportunidade e encontramos na PUC uma segurança com a metodologia adotada para extrair os dados e ativar as redes locais. Os resultados do mapa social geraram muitas oportunidades que têm direcionado os investimentos do Instituto Renault com o objetivo de transformação social na comunidade no entorno da Renault.”
Graziela Pontes, diretora executiva do Instituto Renault
Capa da publicação Mapa Social, 2018. (Foto: Divulgação.)
O Projeto Uniforça, uma iniciativa do Ministério Público do Paraná (MPPR), em parceria com a Fundação de Ação Social (FAS) e Instituições Universitárias, busca qualificar o processo de ensino-aprendizagem dos adolescentes que possuem entre 12 e 18 anos e se encontram em situação de acolhimento institucional, no município de Curitiba. Esses adolescentes, muitas vezes, não conseguem acompanhar o ritmo do calendário escolar.
Na PUCPR, o projeto é coordenado pelo professor Cezar Bueno de Lima (Ciências Sociais/Direitos Humanos) e conta com a participação de professores e estudantes monitores dos cursos de graduação. A parceria entre a Reitoria, Escola de Educação e Humanidades e Núcleo de Direitos Humanos da PUCPR (NDH) permite ofertar estratégias educacionais inovadoras, com foco no ensino de português e matemática.
Em 2019, entre 6 a 8 adolescentes foram atendidos pela Universidade. Contudo, diante do perfil desse público, a equipe do projeto está reelaborando o processo de ensino-aprendizagem (português e matemática) e incorporando noções de direitos humanos e atividades físicas, a fim de obter maior regularidade na frequência dos adolescentes.
É uma experiência que eles não vão ter na escola normal. É um enfoque muito especializado, individualizado. Acho que esse projeto é um exemplo da função social das universidades. Às vezes, o estudante não rende na escola, mas não porque não queira estudar, mas porque tem problemas que precisam ser diagnosticados. A gente tem oportunidade de fazer isso aqui, de ajudar o jovem a superar obstáculos.”
Cezar Bueno de Lima, coordenador do projeto e professor pesquisador do Núcleo de Direitos Humanos da PUCPR, Província Marista Brasil Centro-Sul, Curitiba (PR)
Logo do Projeto Uniforça – Apoio pedagógico para adolescentes acolhidos. (Foto: Divulgação.)
O Conexão Jovem é um projeto realizado pelo NDH da PUCPR em parceria com a Prefeitura Municipal de Curitiba, por meio do Departamento de Política sobre Drogas. Iniciou em 2017 considerando as dificuldades no campo da prevenção e da redução de danos com crianças e adolescentes.
O projeto propõe desenvolver estratégias de abordagem com adolescentes, por meio da educação em direitos humanos, em busca da prevenção à violência e ao uso abusivo de álcool e outras drogas. Além disso, busca trabalhar uma proposta pedagógica de autonomia diante de situações que envolvem sentimentos como angústia, tristeza, sofrimento e que possam levar o indivíduo ao uso dessas substâncias.
No ano de 2019, o projeto contou com a participação dos adolescentes do Programa Jovem Aprendiz do Marista Escola Social Eunice Benato, no qual foi desenvolvida uma proposta pedagógica com o objetivo de ampliar conhecimentos sobre direitos humanos e drogas lícitas e ilícitas. Houve elaboração de vídeos, debates, rodas de conversa e apresentação final de trabalhos na forma de curtas-metragens.
Os jovens que participaram das atividades demonstraram protagonismo e nível de reflexão e discussão muito elevados [...]. Apesar disso, o que mais chamou a atenção foi a atitude empoderada de muitos adolescentes, os quais, conscientes de suas dificuldades e desafios se apresentaram como verdadeiros ativistas dos direitos humanos, ainda que não soubessem. As atividades de educação em direitos humanos realizadas apontaram justamente para a necessidade de trabalhar tais temas com eles, a fim de que possam compreender o sentido político da atuação de cada um na busca pela efetivação dos direitos humanos em sua comunidade.”
Rodrigo Alvarenga, coordenador do projeto e professor pesquisador do Núcleo de Direitos Humanos da PUCPR, Província Marista Brasil Centro-Sul, Curitiba (PR)
Adolescentes do Programa Jovem Aprendiz do Marista Escola Social Eunice Benato durante atividade do Projeto Conexão Jovem. (Foto: Grabrielle Martignago.)
O uso das Práticas Restaurativas* oferta a possibilidade de materialidade da educação em Direitos Humanos, construída na perspectiva de uma educação integral comprometida com a formação crítica dos sujeitos.
O Marista Escola Social Cascavel busca implementar as estratégias das Práticas Restaurativas como metodologia didática na sala de aula, no fomento da construção de uma cultura de paz, além de formar grupo de educadores para o uso dessa ferramenta; inserir nos planejamentos pedagógicos; construir espaços de participação social dos educandos pelas estratégias das práticas restaurativas e formar a comunidade educativa nas estratégias de diálogo desse tema.
Na Educação Infantil IV e V, as primeiras experiências ocorreram em 2019 por meio de assembleia de classe pelo círculo restaurativo. Observou-se que essa metodologia auxilia no desenvolvimento da participação infantil, da apropriação dos processos de fala e escuta, do desenvolvimento do respeito mútuo, da construção coletiva de acordos, na avaliação de resultados coletivos e no cumprimento dos acordos construídos pelo grupo.
Bruna Nathaly Silveira, assistente social do Marista Escola Social Cascavel, Província Marista Brasil Centro-Sul, Cascavel (PR)
Diálogo com crianças sobre o significado da Páscoa. (Foto: Leila Regina Mohamad Tommalieh Rodrigues.)
* O conceito de Práticas Restaurativas tem sua origem na Justiça Restaurativa. São diferentes ferramentas que possibilitam um espaço de diálogo, contribuindo de forma efetiva para a reparação de danos, restauração de vínculos, promoção de responsabilizações, permitindo integração e pacificação comunitária. Disponível em: www.justicarestaurativa.com.br.
A iniciativa “Compartilha aí: educação, comunicação e direitos” é desenvolvida no Marista Escola Social Ecológica e apoiada pela Fundação Banco do Brasil, desde março de 2019. Os estudantes realizam encontros formativos e produção de conteúdos audiovisuais, além de oficinas com os pais e com a comunidade da região.
O projeto visa contribuir e fortalecer a temática de Direitos Humanos com as crianças e os adolescentes, com vista em empoderá-los para a incidência em espaços de formulação e monitoramento de políticas públicas que contribuam com a diminuição dos índices de violência.
Desde o início do projeto, foram realizados encontros quinzenais com os educandos, com debate sobre a promoção dos direitos das crianças e dos adolescentes. Além disso, foram gravados três vídeos sobre o tema, amplamente divulgados nas redes sociais, reforçando o canal “Dique 100” para denúncias. Também foram realizadas blitze educativas, tanto na escola Marista quanto nas escolas municipais da região, com entrega de mais de 200 materiais de divulgação.
Participar do projeto está sendo algo ótimo! O projeto é de grande importância na nossa formação, pois aprendemos mais a cada encontro. Nós nos divertimos durante a troca de ideias, aulas e gravações. Gostaria que todos pudessem ter essas experiências que o projeto nos proporciona.”
Adriano Valdecir Pires Junior, educando do 9o ano do Ensino Fundamental – Anos Finais, participante das formações e integrante do grupo mobilizador da Marista Escola Social Ecológica, Província Marista Brasil Centro-Sul, Almirante Tamandaré (PR)
Educandos do Marista Escola Social Ecológica durante participação no Projeto Compartilhaí: Educação, Comunicação e Direitos em mobilização pelas ruas do bairro. (Foto: Flávio Sebastião Freitas.)
Formar futuros líderes e gestores, com ênfase em princípios do cooperativismo como o respeito mútuo, a solidariedade, a igualdade, a autonomia e a realização de objetivos em comum. Esse é o intuito da Cooperativa Escolar Marista Roque (Coopemar), fundada em parceria com o Sistema de Crédito Cooperativo (Sicredi).
Entre as ações da Cooperativa, formada por estudantes dos Anos Finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio, está a produção de objetos educacionais, o desenvolvimento de ações sociais, a aplicação de resultados financeiros, estudos orientados, entre outros.
Segundo o professor e coordenador do projeto, Lucas Maciel, 50% do lucro obtido com as vendas de produtos, como amaciante de roupas e carapinha, são aplicados em ações solidárias. “Eles criam experiências de relacionamento com as pessoas, aprendem sobre finanças, marketing e se desenvolvem em muitas outras áreas. Através desse protagonismo, as pessoas de fora da escola reconhecem os estudantes da nossa Cooperativa, porque eles acabam se sobressaindo com seu senso crítico e espírito empreendedor”, define o professor Lucas.
Nicóli Beatriz Soares da Silva
Cooperativa formada por estudantes dos Anos Finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio.
Em 2019, chegamos na 17ª edição dos Jogos Sociais Maristas . São mais de 2 mil crianças, adolescentes, jovens e adultos que participam do evento esportivo e de integração das Unidades Sociais da Rede Marista realizado anualmente no Cesmar, em Porto Alegre (RS).
O evento ocorreu em 22 de novembro, reunindo representantes dos 16 espaços socioeducativos da Rede Marista, no bairro Mario Quintana, uma das regiões com menor índice de desenvolvimento humano de Porto Alegre. Os Jogos Sociais promovem disputas não competitivas de futebol 7 e vôlei nas categorias pré-mirim, mirim, juvenil e livre.
Incentivamos a prática do esporte como exercício de cidadania, convivência com o diferente e com as diferenças. Além de exercitar o corpo e a mente, o evento tem o intuito de proporcionar um dia distinto do habitual para educandos e convidados.
Além dos jogos, que não são competitivos, o evento também conta com brinquedos infláveis, show de mágica e atrações musicais. Na 17ª edição, tivemos um convidado especial: o Clube de Mães Barbara Maix, instituição que também atende comunidades que sofrem com os índices de violência na região.
Ir. Luciano Borrachini
Jogos Sociais Maristas – incentivo a prática do esporte como exercício de cidadania.
Para discutir a temática, os impactos da violência sexual infantojuvenil, o Centro Marista de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente e a Escola de Direito da PUCRS promoveram a 1ª Conferência Marista sobre Enfrentamento à Violência Sexual Infantojuvenil. O evento foi realizado no dia 31 de maio, no Teatro do Prédio 40 da PUCRS, e reuniu mais de 300 pessoas e profissionais para debater sobre como é possível auxiliar na identificação e prevenção desses crimes e contribuir na defesa dos direitos das crianças e dos jovens.
A programação contou com profissionais das áreas psiquiátrica e jurídica, que abordaram temas, como: o perfil do agressor sob a ótica psicológica, comportamental e investigativa, os impactos da violência sexual na saúde mental do abusado e os sistemas de acolhimento às vítimas.
O coordenador do Centro Marista de Proteção dos Direitos da Criança e do Adolescente, Ir. Sandro Bobrzyk, destaca que “a conferência somente trará frutos se constantemente assegurarmos que aquele que deve proteger jamais tenha uma conduta de destruir ou violar os direitos de seres inocentes".
Ir. Sandro Bobrzyk
1ª Conferência Marista sobre Enfrentamento à Violência Sexual Infantojuvenil.
O Serviço de Assessoria em Direitos Humanos para Imigrantes e Refugiados (SADHIR) da Escola de Direito da PUCRS retomou os atendimentos à comunidade migratória em abril de 2019. Com sua sede localizada junto ao Serviço de Assistência Jurídica Gratuita (Sajug), no prédio 8 do Campus, o atendimento é feito semanalmente às sextas-feiras.
Composto por alunos e profissionais egressos da Universidade, familiarizados com as dificuldades e inseguranças enfrentadas por indivíduos em situação de vulnerabilidade no Brasil, o SADHIR atua na solução de diversas demandas relacionadas ao cenário migracional brasileiro. A iniciativa tem o objetivo de auxiliar os imigrantes a se estabelecerem no Brasil e a solucionarem eventuais demandas judiciais e dúvidas relativas a assuntos como documentação, moradia e saúde. Em 2019, foram contabilizados 787 atendimentos e mais de 62 mil assistências odontológicas.
Gustavo de Lima Pereira
Imigrantes recebem atendimento de profissionais que atuam no SADHIR
Cerca de 50 estudantes participaram do curso pré-vestibular Jovem Montagne, destinado a alunos em situação de vulnerabilidade social. Promovido pela Rede Solidariedade da PUCRS, os estudantes eram oriundos dos Colégios Maristas Irmão Jaime Biazuse e Vettorello.
A proposta da iniciativa é oferecer um curso preparatório para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e vestibular. Formados por voluntários, a equipe de docentes é composta por professores da PUCRS e profissionais renomados na área de cursos pré-vestibulares. As aulas ocorreram semanalmente, no turno da tarde, de maio a dezembro de 2019, e as disciplinas estudadas foram português e redação, filosofia, literatura, história, matemática, física, geografia, inglês e espanhol, química e biologia.
A ação visa criar um ambiente de aprendizagem agradável, alegre e afetivo. Segundo o idealizador da ação, o professor do programa de Pós-graduação em Letras e Escrita Criativa, Altair Teixeira Martins, esses estudantes são a essência da transformação, tanto para os mesmos como para os professores envolvidos. “Depositamos as nossas esperanças na sala de aula, um espaço nobre para partilha”, frisa.
Nathalia Bottaro
Estudantes participam do curso pré-vestibular Jovem Montagne.