XXII Capítulo Geral do Instituto Marista será realizado no interior da Colômbia
No dia 8 de setembro de 2017 terá início o XXII Capítulo Geral. A preparação desse importante acontecimento para a vida do Instituto foi confiada a uma comissão que entrará em ação dentro de poucos meses. Esta comissão é formada pelos Irmãos: Josep McKee (coordenador), Eugène Kabanguka (Conselho geral), Carlos Huidobro (Administração Geral), Pau Fornells (Norandina, secretário da comissão), João Gutemberg (Amazônia); Álvaro Sepúlveda (Sta. María de los Andes), Ben Consigli (USA), Juan Carlos Fuertes (Mediterrânea), Vincent de Paul Kouassi (West Africa), Darren Burge (Austrália) e Rajakumar Susai Manickam (South Asia).
O Conselho Geral decidiu também o lugar em que será celebrado: Rionegro, na Colômbia, cerca de 40 km de Medellín.
Os dois primeiros Capítulos Gerais foram celebrados em ND de L’Hermitage, 8 em Saint-Genis-Laval (França), 5 em Grugliasco (Itália) e 6 em Roma. Será, portanto, a primeira vez na história do Instituto que um Capítulo Geral será celebrado fora da sede do governo geral.
Na entrevista que segue, o Ir. Emili Turú, Superior Geral, fala sobre o próximo capítulo e principalmente sobre o lugar escolhido para a sua celebração.
Estamos sonhando com um novo começo para o Instituto. Qual a contribuição que poderá dar o próximo Capítulo para esse ideal?
A coincidência do Capítulo Geral com a celebração do bicentenário nos convida a contemplar o Capítulo como porta de entrada ao novo centenário marista e a vivê-lo como um novo começo.
Estamos desenvolvendo neste momento quatro grandes processos que se alinham com os três anos de preparação ao Bicentenário: revisão das Constituições; novas comunidades internacionais para um novo começo; vinculação e pertença laica; novos modelos de animação, gestão e governança.
Todos esses processos, além de outros em âmbito regional ou provincial, indicam direções de futuro para o carisma marista e nos ajudam a concretizar o novo começo que desejamos.
O XXII Capítulo Geral, portanto, chega em um momento muito oportuno da nossa história!
Por que foi decidido celebrar o Capítulo fora da sede do Governo Geral?
Chegamos a essa decisão após um ano e meio de estudo e discernimento. Desde o início vimos com clareza que nos convinha deslocar-nos como sinal de novo começo. No entanto, difícil foi escolher o lugar exato para a celebração do Capítulo. Ao estudar as diversas alternativas, quisemos combinar vários aspectos, entre outros:
* o caráter simbólico do lugar;
* dispor de um mínimo de condições para o trabalho de um grupo numeroso durante várias semanas;
* ter a possibilidade de apoio por parte da comunidade marista do país.
Acreditamos que o lugar escolhido cumpre bem os três requisitos.
Qual é o caráter simbólico que tem a Colômbia para a missão da Igreja e do Instituto?
O nome Medellín apresenta um poderoso simbolismo na história da Igreja. Em 2017 será celebrado o 50º aniversário da convocação da II Conferência Geral do Episcopado Latino-americano, cujas conclusões marcaram profundamente não apenas a Igreja do Continente, mas da Igreja universal. Recordemos que dessa Conferência participaram bispos tão conhecidos como Mons. Pironio, Mons. Samuel Ruiz, Mons. Leonidas Proaño ou Dom Hélder Câmara. Medellín representa o esforço para se concretizar oespírito do Vaticano II na América Latina, oferecendo três elementos essenciais da identidade da Igreja nesse continente: a opção pelos pobres, a teologia da libertação e as comunidades eclesiais de base.
Destaco o simbolismo da Amazônia colombiana, parte da grande Amazônia, qualificada pelo Papa em Laudato Si’ como o pulmão do planeta repleto de biodiversidade e sumamente importante para a totalidade do planeta e para o futuro da humanidade (48). Nesse contexto será mais fácil escutar o convite urgente para renovar o diálogo sobre a maneira como estamos construindo o futuro do planeta. Precisamos de um debate que nos una a todos, porque o desafio ambiental, que vivemos, e as suas raízes humanas dizem respeito e têm impacto sobre todos nós (14).
Existem outros elementos que apoiaram a sua decisão de escolher a Colômbia como sede do próximo Capítulo?
Sabemos que a Colômbia foi o primeiro país da América Latina a contar com a presença marista e que atualmente o continente americano concentra mais da metade da missão marista de todo o mundo.
Por outro lado, podemos dizer que a Colômbia é um país de contrastes que facilitará que os capitulares possam vivenciar a saída para as periferias. A Colômbia, que possui uma população multicultural e multiétnica, caracteriza-se pela cordialidade de seu povo e seu grande espírito de acolhida. Contudo, ao mesmo tempo, vive um conflito armado interno desde 1960. O país possui grande riqueza de recursos naturais, porém é o 14º país com a maior desigualdade entre 134 países observados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Nos últimos anos, aumentou a qualidade da educação, porém cerca de meio milhão de crianças não são escolarizadas e umas trinta mil são moradoras de rua...
Poderemos contar com o apoio da comunidade local e com uma infraestrutura adequada?
Sim, sem nenhuma dúvida acredito que seremos bem atendidos tanto pela casa dos Irmãos das Escolas Cristãs, onde será celebrado o Capítulo (http://delasalle.com.co/), como pelas comunidades maristas na Colômbia.