Marcelino Champagnat e a Semana Santa
O mistério da Redenção era, também, um dos grandes objetos da devoção do Pe. Champagnat. Passava toda a quaresma meditando os sofrimentos do divino Salvador e, considerando o assunto mais que suficiente para ocupar os Irmãos e alimentar-lhes a piedade, não lhes propunha outro, para suas meditações, leituras espirituais e, até mesmo, para leituras no refeitório.
Com grande fervor dedicava a Semana Santa à contemplação do inefável mistério do amor imenso de Deus pelos homens. Passava-a no mais profundo recolhimento, como se fosse dias de retiro. Nos três últimos dias, os ofícios da Igreja celebravam-se integralmente, com a máxima devoção e solenidade. Durante muitos anos, na sexta-feira santa, o Pe. Champagnat jejuava a pão e água, com toda a comunidade. Nesse dia, suprimia-se o recreio, após o almoço. Silêncio profundo reinava na casa. Todos os momentos do dia eram consagrados aos ofícios, à leitura e meditação dos sofrimentos de Nosso Senhor Jesus Cristo.
O piedoso Fundador fizera da Semana Santa um período de renovação na piedade e no fervor, para si e para seus filhos. Apreciável número de Irmãos dos estabelecimentos vinham juntar-se a ele durante esse tempo santo. Recebia-os em entrevista particulares para encorajá-los e reavivar-lhe o espírito religioso. Nos intervalos entre os atos litúrgicos fazia-lhe conferência, palestra da vida religiosa.
Resumindo, a semana, conforme sua própria denominação, era realmente santa, porquanto passava-a totalmente na oração, na santificação própria e dos Irmãos.
Jean-Baptiste Furet, Vida de Marcelino Champagnat – II,6
Divulgação: Instituto Marista- www.champagnat.org.br