Encontro de Jovens Irmãos da Região América Sul
Coronel Oviedo – Paraguai
“Onde há irmãos nossos, aí temos nosso lar”
Entre os dias 16 e 21 de janeiro, na cidade de Coronel Oviedo, 140 km’s da capital Assunção, o CEM Maristas acolheu os jovens irmãos da Região América Sul conectados pelo diálogo, escuta e celebração do tema “Jovens Irmãos: cúmplices do Espírito no território do novo”. Confira abaixo o relato do Ir. Danilo Ferreira Silva da Província Marista Brasil Centro-norte.
“Formamos um só coração, uma só mesa, uma só bandeira para refletirmos as dimensões básicas do jovem consagrado que diz em sintonia com o XXII Capítulo Geral, o começo é agora, na perspectiva de construirmos pontes e formarmos uma família global comungando vida, comunidade e missão, dimensões apontadas por Ir. Alberto, provincial de Cruz del Sur, para a novidade que partilhamos juntos no primeiro encontro da Região.
A dinâmica do dia 17 nos animou com quatro oficinas e olhar atento à realidade dando aos jovens irmãos abertura para partilha e reflexão de nossa vida consagrada, Instituto e missão. Nos debruçamos na discussão sobre a relação de irmãos e leigos, algo peculiar em nossos dias e significativo para o Instituto e a Igreja, sobre conflitos geracionais onde o compartilhamento de experiências nos ajudam a estabelecer diálogo, superar desafios e dar abertura à vivência e animação de nossa consagração, a profissionalização que faz-nos ter uma visão clara do Instituto em perspectiva de novos horizontes e a espiritualidade que nos aproxima ardentemente do carisma com os pés firmados no chão, raízes conectadas com a realidade garantindo que todos nós somos irmãos.
Na segunda parte do dia, nutrimos nosso diálogo com a visita à espaços em torno da unidade marista de Coronel Oviedo. O encontro com a realidade da comunidade local interpela-nos à pergunta: o que devemos fazer agora? Sabemos por hora que só há um caminho a ser seguido e aperfeiçoado cada vez mais, um caminho de vivência e pertença marista, como nos disse Ir. Saturnino …, provincial de Santa Maria de los Andes, onde a novidade que buscamos está relacionada com nossa humanidade, convivência, tolerância que se revelam grande riqueza, uma pastoral vivencial e de compartilhamento.
Diálogos e práticas além fronteiras para o agora
O dia 18 foi uma oportunidade de cruzar fronteiras, e visitar as cataratas em Foz do Iguaçu-PR, para contemplar uma das sete maravilhas da natureza, e Ciudad del Este, lugar tipicamente conhecido pelo comércio de variedades. As duas experiências reforçam não somente o turismo, mas instiga a cada um na prática do diálogo além fronteiras para o agora que queremos começar. Um caminho que exige muito de nós, a retomar nosso carisma, reconhecer nosso tempo, trabalhar o presente e vislumbrar o futuro do jovem irmão na Região América Sul.
Ao viver numa época de constantes desafios, Jimena Grignani, leiga marista da PMBCS, nos ajudou no dia 17, a refletir sobre o enfrentamento à violência sexual das crianças e adolescentes, reafirmando em nós o compromisso de superar uma época difícil, onde os direitos, respeito, proteção e dignidade que deveriam ser garantidos, estão sendo cada vez mais fragmentados. O painel reforça que o trabalho para o cuidado e defesa dos seus direitos faz parte de nossa identidade e vocação, e que precisamos nos formar e informar acerca de temáticas e ações concretas de proteção, a partir da cabeça e coração do Irmão, leigo e leiga maristas, com corresponsabilidade e respeito.
Em seguida, houve uma roda de conversa, com a assessoria do Ir. José Augusto Júnior, da PMBCN e os leigos Paulo Quermes, Assessor da área de Vida Religiosa Consagrada e Laicato da UMBRASIL e Jimena que abordaram a eclesialidade na América Latina. Percebemos que houve e há um grande empobrecimento e desestruturação mundial, onde temos a necessidade de entender o significado e sentido de eclesialidade, e que sendo assim, perdemos a referência de profetismo, ação e opção junto aos pobres e até mesmo nossa disposição eclesial, que empobrece e enfraquece a Igreja em cenários emergentes. É necessário que nós, irmãos, leigos e leigas maristas tenhamos um olhar atento no nosso modo de viver e anunciar Jesus, no serviço do Evangelho, na Igreja Comunhão com os empobrecidos, na Igreja Povo de Deus que testemunhamos, na Igreja Luz para nosso tempo, Igreja em saída, enlameada, com cheiro de ovelha, pois há “uma lágrima de um menino, um apelo a escutar ”a todo tempo, em todo lugar.”
Ir. Danilo Ferreira Silva
PMBCN